
O tiro esportivo é uma das mais tradicionais disciplinas dos Jogos Olímpicos, presente desde a primeira edição da era moderna, realizada em Atenas, no ano de 1896.
Com exceção das edições de 1904 e 1928, a modalidade marcou presença em todas as Olimpíadas e, ao longo dos anos, consagrou atletas, quebras de recordes e uma evolução constante nas técnicas, nos equipamentos e nas regras de pontuação.
Dividido atualmente em três grandes categorias — pistola, carabina (ou rifle) e espingarda (shotgun) —, o tiro esportivo olímpico oferece provas individuais e por equipes, masculinas, femininas e mistas. Cada uma delas exige habilidades específicas, desde o controle emocional absoluto até a capacidade de reagir com velocidade a alvos em movimento.
Dentro desse cenário de extrema precisão, os recordes olímpicos se tornaram símbolo da excelência máxima que um atleta pode atingir.
A reformulação das regras e a evolução dos recordes
Os recordes olímpicos de tiro são divididos em duas categorias principais: os de qualificação, conhecidos como QOR (Qualification Olympic Record), e os das finais, denominados simplesmente como OR (Olympic Record).
Mudanças significativas nas regras promovidas pela Federação Internacional de Tiro Esportivo (ISSF) nas últimas edições dos Jogos alteraram os formatos das provas e os sistemas de pontuação, especialmente a partir das Olimpíadas de Londres 2012 e Rio 2016.
Como consequência, muitos dos recordes anteriores foram superados ou substituídos por novas marcas após Tóquio 2020 e Paris 2024.
Carabina: precisão em alto nível
Nas provas de rifle, ou carabina, os atletas atiram em alvos fixos a 10 metros ou 50 metros de distância.
Em Paris 2024, Sheng Lihao, da China, estabeleceu o novo recorde olímpico final da carabina de ar 10m masculina com 252,2 pontos, superando o recorde de William Shaner (251,6) em Tóquio 2020. Nas qualificações, Yang Haoran, também chinês, havia marcado 632,7 pontos em Tóquio.
No feminino, a sul-coreana Ban Hyojin quebrou o recorde de qualificação em Paris 2024 com impressionantes 634,5 pontos. Já o recorde final da prova é dividido entre três atletas: Qian Yang (China), Huang Yuting (China) e a própria Ban Hyojin, todas com 251,8 pontos.
Nas provas de carabina 50m três posições, onde o atirador dispara ajoelhado, deitado e em pé, os recordes também foram reescritos recentemente. Em Paris 2024, Chiara Leone (Suíça) estabeleceu o novo recorde final feminino com 464,4 pontos, enquanto Zhang Changhong (China) detém o recorde masculino desde Tóquio 2020 com 466,0, que também foi recorde mundial.
Pistola: foco e controle absoluto
No universo das provas de pistola, a precisão se alia ao controle mental.
Um dos recordes mais longevos pertence ao russo Mikhail Nestruev, que ainda detém o recorde de qualificação da pistola de ar 10m masculina com 591 pontos, estabelecido em Atenas 2004. Na versão final da prova, o iraniano Javad Foroughi marcou 244,8 pontos em Tóquio 2020, garantindo a primeira medalha olímpica de tiro para o Irã.
No feminino, Ranxin Jiang (China) estabeleceu o recorde de qualificação com 587 pontos em Tóquio 2020. Já o recorde final é de Oh Ye Jin, da Coreia do Sul, que alcançou 243,2 pontos em Paris 2024.
As provas de pistola de tiro rápido 25m, tradicionalmente intensas, têm como recordistas o russo Alexei Klimov na qualificação (592 pontos em Londres 2012) e o cubano Leuris Pupo, que atingiu 34 pontos na final da mesma edição, garantindo o ouro.
No feminino, a chinesa Jingjing Zhang e a húngara Veronika Major compartilham o recorde de qualificação (592), enquanto Vitalina Batsarashkina e Kim Minjung são as recordistas finais com 38 pontos em Tóquio 2020.
Nas equipes mistas, introduzidas em Tóquio, o recorde de qualificação da pistola de ar 10m é de 582 pontos, compartilhado pelas duplas Manu Bhaker/Saurabh Chaudhary (Índia) e Sevval Ilayda Tarhan/Yusuf Dikec (Turquia).
Espingarda: rapidez e precisão em movimento
As provas com espingarda (trap e skeet) desafiam os reflexos dos atiradores, que precisam acertar alvos em movimento.
Em Paris 2024, o britânico Nathan Hales marcou 48 acertos na final do trap masculino, quebrando o recorde anterior. No feminino, Adriana Olivia, da Guatemala, atingiu 45 alvos, superando o recorde da eslovaca Zuzana Rehak (43).
No skeet, o americano Vincent Hancock fez história ao marcar 59 pontos na final em Tóquio 2020, tornando-se tricampeão olímpico.
No feminino, a americana Amber English garantiu o ouro também em Tóquio com 56 acertos, após errar apenas quatro dos 60 alvos.
Em Paris 2024, a dupla italiana Diana Bacosi e Gabriele Rossetti estabeleceu o novo recorde olímpico de qualificação no skeet por equipes mistas com 149 pontos.
Lendas do tiro esportivo: de Oscar Swahn a Kim Rhode
Além dos recordes de pontuação, o tiro esportivo também reúne histórias impressionantes de longevidade e consistência.
O sueco Oscar Swahn é, até hoje, o atleta mais velho a participar das Olimpíadas e conquistar uma medalha olímpica, feito alcançado aos 72 anos nos Jogos de Antuérpia-1920.
Antes disso, aos 64, ele já havia sido o campeão olímpico mais velho da história. Swahn disputava a prova do “tiro ao veado”, que simulava um alvo móvel em forma de animal.
Sua estreia nos Jogos ocorreu aos 60 anos, em Londres-1908, ao lado do filho Alfred, com quem conquistou medalhas em equipe. Ao todo, Oscar Swahn acumulou seis medalhas olímpicas e é lembrado como uma verdadeira lenda da modalidade.
Outro nome imortalizado na história olímpica é o da norte-americana Kim Rhode, a primeira mulher a conquistar medalhas em seis Olimpíadas consecutivas. Entre 1996 e 2016, Rhode ganhou três ouros, uma prata e duas medalhas de bronze, competindo nas provas de fossa, fossa dupla e skeet — um feito inédito, que a coloca acima de lendas como Michael Phelps no quesito regularidade.
Apesar da pouca popularidade do tiro nos Estados Unidos, Kim se manteve firme e constante por duas décadas, inspirando gerações e provando que o talento aliado à disciplina pode superar qualquer obstáculo.
Conclusão
O tiro esportivo é uma modalidade que exige precisão milimétrica, controle emocional e uma rotina de treinamento altamente disciplinada.
Os recordes olímpicos, mais do que números, representam picos de excelência humana, atingidos por atletas que enfrentam não só seus adversários, mas também o próprio limite.
Das pistolas silenciosas às carabinas de alta tecnologia, dos alvos fixos aos pratos lançados a mais de 100 km/h, o esporte segue evoluindo, quebrando barreiras e inspirando gerações de praticantes ao redor do mundo.
Com as recentes mudanças no formato das provas e a introdução de categorias mistas, o tiro olímpico tem se mostrado dinâmico, inclusivo e tecnicamente exigente.
E para aqueles que acompanham o esporte de perto — sejam entusiastas, atiradores ou profissionais da área —, acompanhar os recordes e as histórias por trás deles é também uma forma de celebrar o espírito olímpico em sua essência mais precisa.
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Para saber mais sobre recordes olímpicos do tiro esportivo, acesse:
https://www.olympics.com/en/news/olympic-records-shooting-pistol-rifle-shotgun
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